Arrisco a dizer que essas são as patologias mais comuns dentro do consultório de uma neurocirurgião!!!

Não demandam cirurgia sempre, mas se o tratamento conservador não obtiver resultado satisfatório, o tratamento cirúrgico pode ser necessário.

Para hérnias de disco, é importante estar atento se o quadro clínico característico é de dores irradiadas nos membros (braços ou pernas) como SINTOMA PREDOMINATE!!!

Dores predominantes no pescoço ou nas costas, mesmo que o paciente apresente alterações dos discos nos exames, podem não estar relacionadas com os achados de tomografia ou ressonância.

Para o leigo, imagino que isso soe como novidade e com estranheza, não é mesmo? (Como minha hérnia de disco não é a causa da dor????)

Pois é…apesar de muita gente não saber disso, inclusive profissionais da saúde, é assim!

Um grande número de pessoas sem qualquer sintoma apresenta alterações nos discos se fizer exames. Esse número aumenta gradativamente com o passar da idade. Porém, como mencionei, são pessoas que não tem sintomas. Sendo assim, não é correto pensar que sempre quando alguém tem uma alteração do disco ela tem problemas relacionados a isso. Cuidado!!! Na minha opinião, o grande estigma de maus resultados da cirurgia de coluna em geral vem justamente da inadequada compreensão desse aspecto das patologias de coluna.

Para tratamento cirúrgico das hérnias, a cirurgia de microdiscectomia clássica costuma ter bons resultados, com realização de incisão de cerca de 5-6cm. Na grande maioria das vezes, o paciente recebe alta no dia seguinte.

Atualmente, tem surgido com forte apelo mercadológico, a opção de tratamento das hérnias por endoscopia.

É uma boa técnica, mas talvez não seja a melhor opção para todos os casos.

É importante frisar que primeiro deve-se entender se o paciente realmente precisa de cirurgia. A técnica a se escolher vem depois disso, pois os resultados são bastante semelhantes, o tempo cirúrgico e de internação também. A favor da técnica endoscópica, conta a incisão um pouco menor, cerca de 2cm.

Estenose de canal vertebral ou canal vertebral estreito, muitas vezes estão associados à listese vertebral, e grande parte dos paciente apresentam as 2 alterações simultâneas.

Nesses casos, a clínica clássica é conhecida como claudicação neurogênica, que consiste em sintomas de dores em membros inferiores em choque, queimação, além de formigamentos quando o paciente fica em pé e anda alguma distância (quanto menos o paciente consegue andar, pior). Nessa condição, os sintomas praticamente desaparecem quando o paciente fica sentado, principalmente quando se inclina para frente.Para tratamento cirúrgico, também pode-se utilizar da endoscópia em alguns casos, porém a técnica ainda mais utilizada é a realização de descompressão do canal através de laminectomia, e, a depender da existência clara de instabilidade, pode ser necessária a realização também de artrodese com parafusos e eventualmente com uso de dispositivos interdiscais.