Hidrocefalia (1. hidro=água, 2. encéfalo=“cérebro”) é o acúmulo anormal de líquor (líquido que embebe o cérebro) dentro dos ventrículos.
Mais raramente, pode ser o acúmulo de liquor ao redor do cérebro, chamado de hidrocefalia externa.
A incidência é de cerca de 0,9 à 1,8 a cada 1000 nascimentos.
Pode ocorrer pela absorção insuficiente de líquor pelo cérebro ou por hiperprodução de líquor, assim como por obstruções do fluxo normal de líquor ao passar pelo sistema ventricular, levando ao acúmulo desse flúido cerebral desse ponto para “cima”, como quando surge um tumor que causa compressão ventricular, ou uma hemorragia, ou membranas que impedem seu fluxo adequado.
O tratamento cirúrgico pode ser feito através de derivações com válvulas entre o cérebro e diversas cavidades do corpo, sendo a mais comum a derivação para a cavidade abdominal, na região intra-peritoneal (procedimento conhecido como DVP, derivação ventrículo-peritoneal), mas podendo ser feita também para o coração, pleura, vesícula biliar e outros sítios.
Em algumas situações específicas, a hidrocefalia pode ser tratada sem o uso de válvulas, através de um procedimento endoscópico conhecido como terceiroventriculostomia. É uma cirurgia menos invasiva, sendo muitas vezes solicitada por pacientes e suas famílias, porém não é adequada para todos os casos, funcionando melhor nos casos de hidrocefalia obstrutiva, quando há entupimento do sistema ventricular por alguma lesão. A hidrocefalia externa na maioria dos casos tem resolução espontânea, não demandando tratamentos cirúrgicos. O desafio dessa patologia está principalmente no diagnóstico correto, diferenciando-se essa condição de outras que tem exames de imagem parecidos